NutriSaúde

Valores: Ênfase na interdisciplinaridade.

NutriSaúde

Valores: Ética, integridade e responsabilidade na discussão e difusão de conhecimentos.

NutriSaúde

Valores: Transparência nas relações.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mitos sobre alimentação vegetariana


A alimentação vegetariana tem ganhado destaque no âmbito da nutrição em função de estudos científicos que constataram seus benefícios à saúde, contribuindo na prevenção de algumas doenças.
O nutricionista, em sua atuação profissional, deve respeitar os padrões alimentares adotados pelos indivíduos, mesmo que este não seja praticado pela maior parte da população, possuindo como dever a adequação do plano alimentar às especificidades da dieta, a fim de proporcionar todos os nutrientes necessários para o adequado funcionamento do organismo.
Considerando que é crescente o número de pessoas que adotam uma dieta vegetariana, torna-se necessário o aprofundamento neste conhecimento, para que possamos atender às expectativas de nosso cliente, assim como, garantir saúde e uma nutrição plena.
Muitos profissionais de saúde induzem um indivíduo vegetariano a cancelar seu padrão alimentar, pois necessita de ferro, vitamina B12 ou zinco. Entretanto, além desta conduta compreender um desrespeito à prática do cliente, poderá compreender uma infração ética, já que existem inúmeras razões pelas quais um indivíduo adota uma dieta vegetariana. Aliado a isso, existem várias alternativas para a melhoria do estado nutricional de um indivíduo, seja pela melhoria da alimentação (técnica dietética, biodisponibilidade de nutrientes), seja pela suplementação, dependendo do grau de deficiência nutricional.
Infelizmente, muitas pessoas, incluindo aqui profissionais de saúde, possuem preconceito com uma alimentação vegetariana, acreditando que esta gerará deficiências nutricionais. Porém, a visão atual de estudos científicos, realizados com grandes populações vegetarianas, constatam que é possível sim atingir todos os nutrientes necessários, principalmente na dieta ovolactovegetariana, desde que esta seja balanceada e variada.   Na dieta vegetariana estrita existe uma necessidade de maior acompanhamento, principalmente em relação à vitamina B12.
Aconselhamos a leitura do Artigo destacado abaixo, bem como do Guia de Alimentação Vegetariana da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência dos Alimentos – UFSC
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional

einstein. 2008; 6(3):365-73


domingo, 9 de dezembro de 2012

Óleo de coco na perda de peso


O consumo de óleo de coco tem ganhado popularidade em função de novas descobertas a respeito de seus benefícios à saúde. Seu uso tem sido indicado para redução dos níveis de colesterol, disbiose, redução de peso, dentre outras condições patológicas.
Contudo, ainda é escasso o número de informações científicas em relação à influência do consumo de óleo de coco sobre a redução de peso ou redução de medidas antropométricas, gerando uma certa dúvida em relação a sua efetividade.
Cabe ressaltar que somente a ingestão de óleo de coco, sem a devida melhoria do hábito alimentar e hábito de vida de um indivíduo, provavelmente não implicará alterações representativas, já que os inadequações nutricionais estão diretamente relacionados ao processo de perda de peso.
De acordo com Liau et al. (2011) em um estudo realizado com 20 indivíduos voluntários com idade superior a 20 anos, apresentando obesidade, que ingeriram óleo de coco extra virgem por seis meses, não apresentaram resultados significativos de perda de peso e de parâmetros bioquímicos (fração lipídica, eletrólitos e glicemia). O único parâmetro avaliado que apresentou diferença significativa foi a redução da circunferência da cintura (2,87±4.95 cm). Os autores relatam que os participantes da pesquisa foram orientados a manter sua dieta habitual e inserir três doses de 30 mL diariamente. Esse resultado pode indicar que o óleo de coco contribuiu na redução de gordura corporal, especialmente na gordura abdominal.
Sugerimos a leitura do artigo descrito abaixo, para melhor compreensão do estudo.
Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência dos Alimentos – UFSC
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional – VP Divisão de Ensino e Pesquisa


Conheça a Spirulina


A Spirulina tem sido consumida como alimento por muito tempo no México e na África Central. E atualmente é amplamente utilizada como suplemento alimentar nutracêutico, especialmente na Ásia. Os estudos têm se dedicado a avaliar seus benefícios terapêuticos no tratamento da hipercolesterolemia, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças inflamatórias, câncer e infecções virais¹.
Ela é uma alga microscópica utilizada principalmente como suplemento alimentar pois tem proteínas (55-70%), carboidratos (12-25%), ácidos graxos essenciais (18%), vitaminas e minerais em sua constituição química2. Por este motivo foi utilizada em um estudo para combater a desnutrição infantil. Entretanto, não houve diferença significativa entre as dietas testadas quando comparadas à nutrição tradicional nos 90 dias de estudo3.
A Spirulina contém pigmentos carotenóides, em especial beta-caroteno e zeaxantina, além de compostos fenólicos, substâncias com conhecida atividade anti-oxidante. O teor de ferro na Spirulina é elevado, porém, sua absorção é limitada pela presença de cálcio e potássio4.
A maioria dos ensaios clínicos em humanos foi com tamanho de amostra pequena e delineamento experimental não muito adequado, o que sugere que novas pesquisas sejam feitas. Entretanto, os dados acumulados ao longo dos anos demonstram que a Spirulina possui uma ação hipolipemiante, atividade anti-oxidante e anti-inflamatória1.

Sugerimos a leitura do artigo científico abaixo. 

Vanessa Fontes Losano
Nutricionista
Mestranda Unifesp



Referências bibliográficas
1. Deng R, Chow TJ. Hypolipidemic, antioxidant, anda atiinflammatory activities of mocroalgae Spirulina. Cardiovascular Therapeutics 2010: 33-45.
2. Bertolin TE, Pilatti D,  Giacomini ACVV, Bavaresco CR, Colla LM,  Costa JAV. Effect of microalga Spirulina platensis (Arthrospira platensis) on hippocampus lipoperoxidation and lipid profile in rats with induced hypercholesterolemia. Braz arch biol technol 2009;  52 (5).
3. Branger B, Cadudal JL, Delobel M, Ouoba H, Yameogo P, Ouedraogo D, Guerin D, Valea A, Zombre C, Ancel P. Spiruline as a food supplement in case of infant malnutrition in Burkina-Faso. Archives de pédiatrie 2003; 10: 424-431.
4. Campanella L, Crescentini G, Avino P. Chemical composition and nutricional evaluation of some natural commercial food products based on Spirulina. Analusis 1999; 27: 533-540.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Segurança Alimentar e Nutricional: um tema abrangente


Falar atualmente em alimentação e saúde coloca-nos frente a frente com duas situações importantes, o valor nutricional do alimento e sua segurança em relação ao controle higiênico-sanitário.
Uma dieta em desequilíbrio leva a carências nutricionais, com consequente desenvolvimento de patologias e diminuição das defesas imunológicas, sendo este um dos motivos mais preocupantes, pois o indivíduo ficará mais susceptível às doenças, principalmente as de origem alimentar.  É importante ressaltar que a saúde está intimamente relacionada com uma alimentação adequada, onde o equilíbrio entre os nutrientes possa garantir as necessidades de nosso organismo, proporcionando os princípios básicos da Nutrição em nossa alimentação diária. Com isso, as defesas imunológicas ficam fortalecidas, garantindo um organismo mais estável frente às invasões pelos agentes patogênicos.
Estudando o alimento do ponto de vista de sua qualidade, devemos ressaltar a segurança alimentar como algo macro, entendendo que a tradução de “food security” é muito abrangente e está embasada em três grandes tópicos. A segurança alimentar começa pela produção, quantidade e acesso aos alimentos, que depende muito da política de produção e distribuição de alimentos. Um segundo tópico é o controle das doenças nutricionais, condição que tem melhorado nestes últimos anos, com a valorização dos trabalhos em Nutrição e novos programas de combate à fome, onde muitas doenças carenciais têm sido melhor estudadas e controladas. O terceiro tópico importante da segurança alimentar é o controle higiênico-sanitário dos alimentos, muito discutido e difundido com o tema “food safe” que significa alimento seguro. Neste tópico estuda-se o controle dos perigos biológicos, químicos e físicos, enfatizados pelo Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
É importante lembrar que o conceito de segurança alimentar que era anteriormente limitado ao abastecimento na quantidade apropriada, foi ampliado, incorporando também o acesso universal aos alimentos, os aspectos nutricionais e, consequentemente, as questões relativas à composição, à qualidade e ao aproveitamento biológico. (texto baseado em Alimentação uma questão de vida ou morte! do Prof. Dr. Eneo Alves da Silva Jr.)
É indiscutível que quando tratamos de crianças, os cuidados são redobrados e que, as instituições precisam conscientizar-se que o NUTRICIONISTA, inserido nas Instituições como as creches, é fundamental para a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dos alunos. Os dois artigos destacados abaixo complementam e discutem de forma mais abrangente as questões abordadas nesta postagem. Boa leitura!

Gláucia Cristina Conzo

Nutricionista do SESI – Serviço Social da Indústria
Pós graduanda em Educação
Pós graduanda em Segurança Nutricional e Qualidade dos alimentos
Especialista em Saúde Coletiva pela ASBRAN
Aperfeiçoamento em Geriatria pela UNIFESP




VIANA, K. J.; WARKENTIN, S.; TOLONI, M. H. A.; LONGO-SILVA, G.; TADDEI, J. A. A. C. Alimentação de crianças em creches. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 36, n. 3, p. 37-48, dez. 2011.



Rev. Nutr., Campinas, 23(4):655-665, jul./ago., 2010

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Temas discutidos na II JOSAN. Fique por dentro!

                       


Palestra: Influência da nutrição sobre o risco de desenvolvimento da neoplasia de mama.
Dr. Rafael Occhiuto


O tema abordado pelo referido palestrante demonstra mais uma vez o papel fundamental que o nutricionista desempenha dentro das equipes interdisciplinares. Sendo uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres, a neo de mama. Dr. Rafael chamou a atenção para um dado importante, de que: “85% das pacientes com neoplasia apresentarão certo grau de desnutrição”; isto devido ao “parasitismo” que as células neoplásicas exercem em nosso organismo. Além disso, vários outros fatores estão implicados com a desnutrição, tais como: saciedade precoce, odinofagia, estomatites, disfagia, perda dos dentes, entre outros. Outro ponto apresentado pelo palestrante foi da tríade NUTRIÇÃO x ATIVIDADE FÍSICA x COMPOSIÇÃO CORPORAL, que desempenha importante papel na prevenção da neo de mama e outras doenças crônico degenerativas.


Maurício Pereira Gouvinhas, Biológo
Especialista em Sistema Reprodutor Feminino pela UNIFESP
Professor do Centro Universitário Lusíada - UNILUS













Dra. Laís Alibert abordou em sua palestra “Gorduras poli-insaturadas: quebrando mitos” as características físico-químicos dos óleos e gorduras, desmistificando alguns conceitos, que são erroneamente transmitidos pela população. Apresentou a importância da inserção de lipídeos na alimentação, por sua participação essencial na produção de hormônios, composição de membranas celulares, controle da temperatura corporal, benefícios relacionados à melhora da atividade cardiovascular, melhoria da elasticidade de membranas e inclusive associação com benefícios para o aspecto cognitivo dos seres humanos.
É papel do nutricionista orientar aos seus clientes/pacientes as diferenças entre gorduras mono, poli-insaturadas, saturadas e trans, uma vez que a população possui conhecimentos errôneos sobre este tema e os lipídeos são a principal classe de nutrientes discriminada nas dietas realizadas pela população, sendo retirada sem a devida orientação. Ressalta-se, entretanto, a importância do consumo adequado de lipídeos e a relevância da educação nutricional nesta etapa.
Dra. Laís apresentou ainda estudos que demonstraram a falta de conhecimentos da população, onde alimentos de origem vegetal eram classificados pela mesma como fontes de colesterol, como, por exemplo as margarinas. Outro ponto importante a ser destacado foi o artigo científico sobre peixes brasileiros, apresentando-os como fontes de ômega-3, não havendo a restrição somente aos peixes de águas frias e profundas. Por fim, deixamos dois artigos científicos abaixo para leitura complementar, relacionados com o tema aqui explanado. 
Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência dos Alimentos - UFSC
Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional
Aprimoranda em Unidades Produtoras de Refeições - SINESP

















A palestra da Dra. Erika Christina abordou o tema fichas técnicas de preparo como uma ferramenta essencial para a otimização em Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs). Dentro deste tema explanou sobre os procedimentos a serem seguidos como e sobre os objetivos desta ferramenta: instrumento de padronização, controle de qualidade, desperdício, custos e programação de compras, além de facilitar a atividade de capacitação de funcionários envolvidos na elaboração das receitas. Exemplificou um modelo de ficha técnica e os aspectos importantes a serem considerados durante sua elaboração. Como artigo complementar para leitura sobre este tema, destacamos: “A ficha Técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições”, conforme consta abaixo.

Sílvia Marques de Lima
Nutricionista responsável técnica pelo Lar das Moças Cegas






 



Na palestra do Prof. Giordano foram discutidas várias questões correlacionadas a BPF, onde a busca pelo aperfeiçoamento da qualidade dos alimentos, por exigência dos clientes, aumenta a procura por sistemas que possam proporcioná-la e que sejam efetivos não só no quesito sanitário, mas também na redução de perdas e no aumento da competitividade. Os sistemas APPCC e BPF vêm ao encontro da satisfação dessas exigências, sendo programas que têm como filosofia a prevenção e visam não desperdiçar os investimentos já feitos em outros programas. Sugerimos como leitura complementar a palestra o artigo “SISTEMA APPCC (ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE) DE ACORDO COM A NBR ISO 22000” dos autores Samira Luana de Paula e Mauro Antonio da Silva Sá Ravagnani que de forma clara e objetiva discute que “Garantir a inocuidade dos alimentos é tarefa obrigatória das indústrias. O sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) traz uma série de benefícios para as empresas neste sentido. Dentre eles, pode-se citar: Garantia da segurança de alimentos, diminuição de custos operacionais, redução de Recall e reprocessamento, diminuição de testes nos produtos acabados, redução de perdas, maior credibilidade e competitividade e atendimento à legislação. Porém, na prática, a maioria das empresas possui o plano APPCC apenas para atender as exigências da legislação, e não o implanta de fato. Outro agravante é a utilização de planos não personalizados, utilizando dados prontos e pouco eficientes para a indústria em questão."
                                                          Gláucia Cristina Conzo

Nutricionista do SESI – Serviço Social da Indústria
Pós graduanda em Educação
Pós graduanda em Segurança Nutricional e Qualidade dos alimentos
Especialista em Saúde Coletiva pela ASBRAN
Aperfeiçoamento em Geriatria pela UNIFESP





quinta-feira, 20 de setembro de 2012

II Jornada Santista de Nutrição

Não perca a II Jornada Santista de Nutrição

Conheça a programação e detalhes para inscrição.

Data: 20 de outubro de 2012
Local: SESC Santos-SP
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida, Santos-SP
Horário: 10h às 18h


Tema de nutrição clínica: Influência da nutrição sobre o risco de desenvolvimento de neoplasia de mama. Palestrante: Rafael Occhiuto

Inscrições

Através de depósito bancário na conta disponibilizada abaixo. 
O comprovante de depósito deverá ser digitalizado e encaminhado via e-mail para: blognutrisaude@yahoo.com.br, juntamente com o comprovante de estudante (quando inscrição de estudante). 

Serão aceitas declaração emitida pela Escola ou Universidade ou carteira de estudante da Instituição a qual estudam. Após o envio do comprovante de pagamento, o participante receberá um e-mail de confirmação. 

Os 40 primeiros inscritos ganham uma lembrança! Não perca! Vagas limitadas. 

Juntamente com o comprovante de depósito, deverão ser informados:
Nome completo e sem abreviações
Telefone para contato com DDD
E-mail para contato
Categoria de inscrição: Técnico, Estudante ou profissional

Categoria
Até  14/10/2012*
Estudante de ensino médio técnico, graduação ou pós graduação

40,00
Profissionais
60,00
*ou pelo limite de inscritos.

Contas bancárias para depósito

Titular: Vanessa Fontes Losano
Banco Bradesco
Agência: 280
Conta Poupança: 1005545-8

A inscrição na II JOSAN dá direito a sacola com bloco e caneta, materiais científicos, lanche box e crachá. Os certificados serão encaminhados via e-mail a todos os participantes. 

Não haverá fornecimento de refeições no período do almoço.

Contamos com sua presença para tornar essa Jornada mais um sucesso! 
Dúvidas sobre o evento, entre em contato conosco através do e-mail: blognutrisaude@yahoo.com.br

Atenciosamente, 
Grupo NutriSaúde




domingo, 16 de setembro de 2012

VIII Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional - 13 a 15/09/2012

Confira algumas discussões apresentadas no Congresso. Veja as referências destacadas para estudo:

Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência de Alimentos
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional

1) Workshop: Alergias e hipersensibilidades – Desordens relacionadas ao glúten
Foram discutidas as consequências do processo inflamatório e consequências da doença celíaca e sensibilidade ao glúten.

O desenvolvimento da doença celíaca está relacionado a fatores genéticos, sendo que a maioria dos pacientes confirmados em biópsia e sorologia possuem alelos HLA DQ, que codificam HLA DQ2 e HLA DQ8, com maior expressão do DQ2. Os HLA DQ2 e DQ8 são expressos pelas células apresentadoras de antígenos, responsáveis pela interação entre a gliadina, presente no glúten, com receptores das células T, com o consequente processo inflamatório da região intestinal e formação dos anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual.
É importante a investigação nos casos de doenças autoimunes como doença celíaca, lúpus eritematoso, artrite reumatoide, diabetes melitus tipo 1, tireoidite de Hashimoto, a investigação de outras doenças autoimunes concomitantes, uma vez que o sistema imunológico encontra-se em ampla atividade, podendo acometer outras regiões do organismo.
Está sendo amplamente estudada a deficiência de vitamina D e sua influência sobre o desenvolvimento de doenças autoimunes.
Um estudo identificou que alguns cultivares de quinoa possuem epítopos reativos para celíacos. Infelizmente não conseguimos identificar o cultivar a partir das embalagens. Portanto, aqueles que fazem acompanhamento de celíacos, procurem estudar o referido assunto.
Casos de esteatose hepática não alcoólica deve-se investigar doença celíaca.
Alguns sinais e sintomas da doença celíaca: anemia; emagrecimento (porém, têm-se constatado doença celíaca em indivíduos com sobrepeso e obesidade); diarreia ou constipação; manchas no esmalte dentário; aftas de recorrentes; depressão, infertilidade e abortos de repetição.
Além da discussão anterior, foram apresentados estudos sobre os melhores parâmetros para avaliação de doença celíaca e sensibilidade ao glúten, sendo abordadas por médicos e nutricionistas.

Artigos científicos para leitura:



2) Modulação dos sinais e sintomas desencadeados durante o tratamento de quimio e radioterapia
Palestrante: Dra. Andréia Naves
Em função do tratamento por radio e quimioterapia podem surgir sinais e sintomas:
· Hematológicos
· Gastrointestinais
·  Metabólicos

Algumas das práticas que podem contribuir na minimização dos sintomas:

Disgeusia – Modificação do paladar:
- Adição de ervas e especiais: melhoram a sensibilidade da língua
- Hortelã, manjericão e limão podem trazer resultados interessantes
- Zinco, segundo estudos científicos, pode melhorar a sensibilidade das papilas gustativas

Mucosite oral
- Alimentos em temperatura ambiente, fria ou gelada;
- Excluir alimentos picantes, ácidos e de consistência dura;
- Reduzir sal
- Evitar vegetais frescos e crus;
- Chá de camomila pode prevenir mucosite utilizando através de bochecho
- Aloe vera – bochecho, porém, devem se ter cuidados com as substâncias tóxicas presentes neste fitoterápico

Candidíase oral
- Maceração de alho em azeite de oliva – contribui para saborizar o óleo e desta forma, sem uso em aquecimento, não há perda de seu valor nutricional, principalmente
O alho possui propriedades antifúngicas, assim como orégano, alecrim e curcumina;
- Óleo de coco pela presença do ácido graxo láurico;
- Gengibre;
- Óleo de cravo;
- Curcuma – açafrão

Náuseas e vômitos
- Gengibre e hortelã saborizando água;
- Óleo de hortelã;
- Não misturar alimentos sólidos e líquidos na mesma refeição.

Diarréia
Utilização de pré e probióticos – Iniciar a utilização de prebiótico para melhora na permeabilidade intestinal

Imunosupressão:
Leucopenia à < 4500 µL
Trombocitopenia à < 150.000 mm3
Neutrofilia < 2000 mm3

- Geléia real;
- Semente de romã;
- Extrato das folhas de batata doce;
- Taurina

É importante destacar a necessidade do estudo dos componentes dietéticos e fitoterápicos e a influência destes sobre a biodisponibilidade dos fármacos utilizados na quimioterapia. Não utilizar alimentos e fitoterápicos que possam reduzir a utilização destes fármacos, uma vez que o processo de quimioterapia possui o objetivo de reduzir ou eliminar células neoplásicas para melhor qualidade de vida do paciente.

 3) Nutrition and Neurological Disease
Palestrante: Dr. Michael Ash

Os profissionais médicos e nutricionistas precisam atentar-se à causa da depressão, que vem sendo uma doença de ampla prevalência. A causa do comportamento depressivo não está necessariamente no cérebro. Seu início provavelmente está envolvido com o intestino, que se encontra em processo inflamatório, com liberação de citocinas. A inflamação gerada aliada a processos de estresse e problemas emocionais levam à depressão.
Normalmente indivíduos com depressão possuem baixa concentração de ácidos graxos essenciais, em especial ômega-3. Uma alimentação adequada precisa ser ajustada em indivíduos com depressão, pois somente o consumo de medicamentos não garantirá o suporte necessário para a reversão do processo inflamatório gerado pelas citocinas pró inflamatórias em todo o organismo.

Artigos científicos para leitura:








quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conheça o Parecer sobre probióticos elaborado pelo CRN-3

Fique por dentro do parecer elaborado pelo CRN-3.

PARECER CRN-3
PRESCRIÇÃO DE PROBIÓTICOS


INTRODUÇÃO

O Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP, MS), no cumprimento de suas atribuições de orientar e disciplinar a prática profissional dos nutricionistas inscritos, emite parecer sobre a prescrição de probióticos. Este parecer foi construído com base no encontro com especialistas promovido no Projeto Ponto e Contraponto e divulga os pontos acordados que devem subsidiar a prescrição dietética do nutricionista.


O CRN-3 ESCLARECE E ORIENTA

1.       A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define probióticos como micro-organismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal, produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. A quantidade mínima viável de probióticos deve estar situada na faixa de 108 a 10Unidades Formadoras de Colônias (UFC) na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Valores menores podem ser aceitos, desde que a empresa comprove sua eficácia. Os probióticos reconhecidos pela ANVISA são:
Lactobacillus acidophilus 
Lactobacillus casei 
Shirota 
Lactobacillus casei variedade rhamnosus 
Lactobacillus casei variedade defensis 
Lactobacillus paracasei
Lactococcus lactis
Bifidobacterium bifidum 
Bifidobacterium animallis 
(incluindo a subespécie B. lactis) 
Bifidobacterium longum 
Enterococcus faecium 

2.      Somente os produtos alimentícios com probióticos que tenham a sua alegação de propriedade funcional aprovada pela ANVISA podem declarar na sua rotulagem os dizeres: "O ...................(espécie de probiótico) contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis".

3.      Os probióticos podem estar presentes na formulação de um produto alimentício convencional ou apresentados em sua forma isolada e, neste caso, o produto deve atender ao disposto na Resolução ANVISA/MS RDC nº 2/2002 que aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde;

4.      Os produtos alimentícios contendo probióticos e os probióticos isolados podem ser prescritos pelo nutricionista, levando-se em consideração fatores que podem comprometer o equilíbrio da microbiota intestinal do indivíduo como, por exemplo,  hábitos alimentares inadequados, consumo de bebidas alcoólicas, idade e uso de medicamentos. Portanto, essa prescrição deve considerar as tolerâncias e restrições alimentares individuais;

5.      No caso de probióticos isolados, a prescrição deve apresentar a denominação de venda do produto, a forma de apresentação (pó, sachê, cápsula, comprimido, tablete, outras) o modo de uso (quantidade e frequência), o modo de preparo e a indicação de via de administração oral;

6.      A prescrição de probióticos isolados que utiliza expressões como “sachê de lactobacilos” ou “pool de lactobacilos” ou “pool de probióticos”, deve ser detalhada, de forma a definir claramente a natureza do produto. Ainda, o nutricionista não deve atribuir ao produto finalidade medicamentosa ou terapêutica;

7.      Os produtos alimentícios prescritos contendo lactobacilos, probióticos, ou ainda, probióticos isolados, devem atender às exigências para produção e comercialização, regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);

8.      Ressaltamos que a prescrição do nutricionista deve conter o nome do paciente, data, assinatura, carimbo do profissional, número de seu registro no Conselho (CRN-3/xxxx), telefone e endereço completo ou outro meio de contato pessoal;

9.      A prescrição exige o pleno entendimento das referências técnicas e legais sobre o tema. A conduta do nutricionista deve obedecer ao determinado no Código de Ética do Nutricionista (Resolução CFN nº 334/2004), em seu artigo 7º, incisos VIII, IX e X, e artigo 18, incisos I e IV. O descumprimento dessas determinações sujeita os infratores a Processo Disciplinar e às penalidades previstas na legislação.

CRN-3
Colegiado 2011-2014

domingo, 9 de setembro de 2012

Inserindo a horta no currículo escolar


A alimentação e nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e desenvolvimento de todas as crianças. Mais do que isso, são direitos humanos fundamentais, pois representam a base da própria vida. Crianças e adolescentes para estarem saudáveis e bem alimentados, necessitam de uma variedade de alimentos seguros em quantidade suficiente e de boa qualidade. Sem uma nutrição adequada, não é possível desenvolver seus potenciais plenamente (CAVALCANTI et al., 2012).
A escola representa um excelente instrumento para a promoção da saúde. Isso por que, a escola é um espaço social, onde muitas pessoas convivem, aprendem e trabalham, além de possuir programas de educação e saúde, que poderão ter maior repercussão, beneficiando os estudantes na infância e na adolescência. Portanto, esta desempenha um papel fundamental na formação dos hábitos alimentares (CAVALCANTI et al., 2012).
Mas como inserir a nutrição de uma forma completa no currículo escolar?
A horta escolar é uma estratégia de educar para o ambiente, para a alimentação e para vida, na medida em que oportuniza que tais princípios sejam colocados em prática e incorporados à formação dos cidadãos em idade escolar (BARBOSA, 2008). Portanto tem como foco principal integrar as diversas fontes e recursos de aprendizagem (OLIVEIRA, 2012).
Nesse entendimento, a horta na escola é uma estratégia viva, capaz de (BARBOSA, 2008):

•Promover estudos, pesquisas, debates e atividades sobre as questões ambiental, alimentar e nutricional;
•Estimular o trabalho pedagógico dinâmico, participativo, prazeroso, inter e transdisciplinar;
•Proporcionar descobertas;
•Gerar aprendizagens múltiplas.

No trabalho com a horta, todas as pessoas que compõem a comunidade escolar podem contribuir. São necessárias e desempenham uma importante função: cozinheiras, professores, corpo técnico pedagógico, gestores públicos, educandos, agricultores familiares e a comunidade externa da escola (BARBOSA, 2008). O nutricionista poderá trabalhar a proposta de uma alimentação saudável do campo (horta escolar) à mesa, quando esta estratégia estiver presente no ambiente escolar.
Além de todos os aspectos educacionais abordados com a horta escolar, é importante que o educando aprenda também a consumir as hortaliças produzidas. O estudante pode aprender a prepará-las de forma criativa e ser informado sobre seu valor nutritivo, ao participar do seu preparo, e ter satisfação ao consumir o que ajudou a cultivar. A existência de hortas nas escolas é importante para enriquecer a alimentação, ajudar na mudança de hábitos alimentares, e despertar o interesse dos alunos pela natureza (FERNANDES, 2007). Nesse sentido é necessário refletir sobre a importância da horta escola na formação da educação social.
Algumas instituições trabalham a implantação de projetos de hortas escolares, que poderão ser consultadas para maiores informações. Cabe à equipe de profissionais da escola a busca por conhecimentos a respeito, para a viabilidade desta prática no projeto pedagógico, integrando alunos, familiares e profissionais da escola.


Christiane A. Rezitano
Nutricionista
Responsável Técnica da Gota de Leite, Santos-SP
Pós graduada em Nutrição Clínica

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, N. V. S. Caderno 1:  horta escolar dinamizando o currículo da escola. Brasília: FAO, FNDE, MEC, 2ª ed., 2008.

FERNANDES, M. do C. de A. Caderno 2: Orientação para implantação e implementação da horta escolar. Brasília: FAO, FNDE, MEC, 2007.

OLIVEIRA, D. V. de F.; LEÃO, N. A. R. Plantando horta e colhendo vida.

CAVALCANTI, A. da F. C. et al. Horta escolar: contribuindo para hábitos alimentares saudáveis. Acesso em: 22/08/2012. Disponível em: