domingo, 16 de setembro de 2012

VIII Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional - 13 a 15/09/2012

Confira algumas discussões apresentadas no Congresso. Veja as referências destacadas para estudo:


Karina Nunes de Simas
Nutricionista
Mestre em Ciência de Alimentos
Pós graduada em Nutrição Clínica Funcional

1) Workshop: Alergias e hipersensibilidades – Desordens relacionadas ao glúten
Foram discutidas as consequências do processo inflamatório e consequências da doença celíaca e sensibilidade ao glúten.

O desenvolvimento da doença celíaca está relacionado a fatores genéticos, sendo que a maioria dos pacientes confirmados em biópsia e sorologia possuem alelos HLA DQ, que codificam HLA DQ2 e HLA DQ8, com maior expressão do DQ2. Os HLA DQ2 e DQ8 são expressos pelas células apresentadoras de antígenos, responsáveis pela interação entre a gliadina, presente no glúten, com receptores das células T, com o consequente processo inflamatório da região intestinal e formação dos anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual.
É importante a investigação nos casos de doenças autoimunes como doença celíaca, lúpus eritematoso, artrite reumatoide, diabetes melitus tipo 1, tireoidite de Hashimoto, a investigação de outras doenças autoimunes concomitantes, uma vez que o sistema imunológico encontra-se em ampla atividade, podendo acometer outras regiões do organismo.
Está sendo amplamente estudada a deficiência de vitamina D e sua influência sobre o desenvolvimento de doenças autoimunes.
Um estudo identificou que alguns cultivares de quinoa possuem epítopos reativos para celíacos. Infelizmente não conseguimos identificar o cultivar a partir das embalagens. Portanto, aqueles que fazem acompanhamento de celíacos, procurem estudar o referido assunto.
Casos de esteatose hepática não alcoólica deve-se investigar doença celíaca.
Alguns sinais e sintomas da doença celíaca: anemia; emagrecimento (porém, têm-se constatado doença celíaca em indivíduos com sobrepeso e obesidade); diarreia ou constipação; manchas no esmalte dentário; aftas de recorrentes; depressão, infertilidade e abortos de repetição.
Além da discussão anterior, foram apresentados estudos sobre os melhores parâmetros para avaliação de doença celíaca e sensibilidade ao glúten, sendo abordadas por médicos e nutricionistas.

Artigos científicos para leitura:



2) Modulação dos sinais e sintomas desencadeados durante o tratamento de quimio e radioterapia
Palestrante: Dra. Andréia Naves
Em função do tratamento por radio e quimioterapia podem surgir sinais e sintomas:
· Hematológicos
· Gastrointestinais
·  Metabólicos

Algumas das práticas que podem contribuir na minimização dos sintomas:

Disgeusia – Modificação do paladar:
- Adição de ervas e especiais: melhoram a sensibilidade da língua
- Hortelã, manjericão e limão podem trazer resultados interessantes
- Zinco, segundo estudos científicos, pode melhorar a sensibilidade das papilas gustativas

Mucosite oral
- Alimentos em temperatura ambiente, fria ou gelada;
- Excluir alimentos picantes, ácidos e de consistência dura;
- Reduzir sal
- Evitar vegetais frescos e crus;
- Chá de camomila pode prevenir mucosite utilizando através de bochecho
- Aloe vera – bochecho, porém, devem se ter cuidados com as substâncias tóxicas presentes neste fitoterápico

Candidíase oral
- Maceração de alho em azeite de oliva – contribui para saborizar o óleo e desta forma, sem uso em aquecimento, não há perda de seu valor nutricional, principalmente
O alho possui propriedades antifúngicas, assim como orégano, alecrim e curcumina;
- Óleo de coco pela presença do ácido graxo láurico;
- Gengibre;
- Óleo de cravo;
- Curcuma – açafrão

Náuseas e vômitos
- Gengibre e hortelã saborizando água;
- Óleo de hortelã;
- Não misturar alimentos sólidos e líquidos na mesma refeição.

Diarréia
Utilização de pré e probióticos – Iniciar a utilização de prebiótico para melhora na permeabilidade intestinal

Imunosupressão:
Leucopenia à < 4500 µL
Trombocitopenia à < 150.000 mm3
Neutrofilia < 2000 mm3

- Geléia real;
- Semente de romã;
- Extrato das folhas de batata doce;
- Taurina

É importante destacar a necessidade do estudo dos componentes dietéticos e fitoterápicos e a influência destes sobre a biodisponibilidade dos fármacos utilizados na quimioterapia. Não utilizar alimentos e fitoterápicos que possam reduzir a utilização destes fármacos, uma vez que o processo de quimioterapia possui o objetivo de reduzir ou eliminar células neoplásicas para melhor qualidade de vida do paciente.

 3) Nutrition and Neurological Disease
Palestrante: Dr. Michael Ash

Os profissionais médicos e nutricionistas precisam atentar-se à causa da depressão, que vem sendo uma doença de ampla prevalência. A causa do comportamento depressivo não está necessariamente no cérebro. Seu início provavelmente está envolvido com o intestino, que se encontra em processo inflamatório, com liberação de citocinas. A inflamação gerada aliada a processos de estresse e problemas emocionais levam à depressão.
Normalmente indivíduos com depressão possuem baixa concentração de ácidos graxos essenciais, em especial ômega-3. Uma alimentação adequada precisa ser ajustada em indivíduos com depressão, pois somente o consumo de medicamentos não garantirá o suporte necessário para a reversão do processo inflamatório gerado pelas citocinas pró inflamatórias em todo o organismo.

Artigos científicos para leitura:








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