domingo, 7 de agosto de 2011

Aleitamento materno na prevenção da obesidade

Encontram-se bem definidos na literatura cientifica os benefícios do aleitamento materno. A Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, sendo continuado até os 2 anos (WHO, 2001). Considera-se aleitamento materno exclusivo quando a criança recebe apenas leite materno da mama ou extraído, sem nenhum outro líquido ou sólido, com exceção de medicamentos (RAMJI, 2009).
Segundo Novaes et al. (2009), o aleitamento materno exerce efeito protetor na obesidade infantil, sendo provável seu impacto positivo na saúde pública.
A hipótese de que o aleitamento materno teria efeito protetor contra a obesidade apresenta evidências epidemiológicas a seu favor, bem como plausibilidade biológica, contudo, dados disponíveis na literatura ainda são controversos (BALABAN; SILVA, 2004).
Um hormônio importante na etiologia da obesidade é a leptina, produzida principalmente nos adipócitos, que sinaliza para o hipotálamo o tamanho das reservas energéticas representadas no tecido adiposo. Sabe-se que altos níveis de leptina inibem o apetite, a menos que exista resistência a este hormônio (BALABAN; SILVA, 2004; NOVAES et al., 2009).
Estudo recente identificou a presença de leptina no leite humano, a qual poderia desempenhar papel regulador no metabolismo do lactente, visto que o hormônio em questão tem ação inibidora do apetite e das vias anabólicas, sendo estimulador das vias catabólicas (NOVAES et al. 2009).
A obesidade e outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) representam um desafio para profissionais da saúde que trabalham com crianças. Apesar do número de trabalhos científicos relacionando os benefícios da amamentação para a prevenção de doenças, Novaes et al. (2009) afirma a limitação dos trabalhos desenvolvidos, pois normalmente possuem reduzido tamanho amostral, dificultando as conclusões.
Mesmo apresentando tantas limitações das revisões bibliográficas a respeito da amamentação e DCNT, os autores acreditam na proteção do leite humano contra doenças crônicas, porém, pouco se conhece sobre a complexidade deste alimento em relação aos fatores estimuladores e moduladores para a saúde humana.  No entanto, apesar de razões adicionais para promoção do aleitamento materno, a proteção da amamentação contra doenças crônicas é relativamente pequena, em comparação com outros fatores, tais como obesidade dos pais, hábitos alimentares e prática de atividade física da criança. Sendo assim, faz-se necessárias mais investigações para confirmar a hipótese que aleitamento materno pode afetar o desenvolvimento de doenças crônicas em fases posteriores da vida (NOVAES et al., 2009).

Christiane A. Rezitano
Nutricionista
Responsável técnica Gota de Leite, Santos-SP
Pós graduanda em Nutrição Clínica

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALABAN, G.; SILVA, G.A.P. Efeito protetor do aleitamento materno contra a obesidade infantil. Pediatr. v.80, n.1, p.7-16, 2004.

NOVAES, J.F.; LAMOUNIER, J.A.; FRANCESCHINI, S.C.C.; PRIORE, S.E. Efeitos a curto e longo prazo do aleitamento materno na saúde infantil. Nutrire: Rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. v.34, n.2, p.139-160, ago. 2009.

RAMJI, S. Impact of infant & young child feeding & caring practices on nutritional status & health. Indian J Med Res. v.130, n.5, p. 624-626, nov. 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The optimal duration of exclusive breastfeeding. Report of an Expert Consultation. Geneva, Switzerland: WHO, 2001.

Imagem Royalt free: www.corbis.com.br

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